Lilyane Cordeiro: Histórias em Quadrinhos como mediadora de Educação Ambiental

 Limites e Possibilidades das Histórias em Quadrinhos como mediadora de Educação Ambiental

Aqui, a intencionalidade é destacar a monografia Limites e Possibilidades das Histórias em Quadrinhos como mediadora de Educação Ambiental articulada por Lilyane Ramalho Cordeiro para apresentar ao Departamento de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista no Ensino de Ciências, orientado pelo Prof. Ms. Luiz Fernando Porto.

Segundo Lilyane Ramalho Cordeiro, "O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas, tem atualmente culminado numa forte pressão exercida sobre os recursos naturais. Com isso, a Educação Ambiental surge no Brasil e no mundo a partir da constatação de que a educação deveria ser capaz de reorientar as premissas do agir humano em sua relação com o meio ambiente. Nesta perspectiva, a Educação Ambiental visa através de diferentes instrumentos, sensibilizar o indivíduo quanto à busca de uma nova ordem sócio-ambiental, onde as relações com o ambiente ocorram de forma harmônica e sustentável. Tem-se verificado um grande interesse de professores na utilização de Histórias em Quadrinhos como forma divertida e eficiente de ensinar. Sendo assim, os quadrinhos surgem como uma valiosa ferramenta para se trabalhar Educação Ambiental em sala de aula. O presente trabalho buscou verificar quais os limites e possibilidades das histórias em quadrinhos como mediadora de educação ambiental, através do levantamento e análise de tirinhas publicadas pelo site oficial da Turma da Mônica. A partir da análise quantitativa de 344 tirinhas foi verificado que 12 delas (3,49%) apresentaram temas referentes às questões ambientais e que este número aumentou para 24 (6,98%) após uma análise qualitativa, onde foi levada em conta principalmente às características dos desenhos, postura e condutas dos personagens, etc. Com isso, foi possível concluir que as histórias em quadrinhos são uma boa ferramenta para a prática de educação ambiental, embora tenha sido verificado uma baixa incidência de tirinhas relacionadas às questões ambientais. E ainda, seu uso vai depender da observação e análise por parte dos leitores assim como dos educadores que as utilizem para suas práticas pedagógicas. Concluímos que, as histórias em quadrinhos têm grande importância para a Educação Ambiental, uma vez que servem como instrumento motivador de debates voltados às questões ambientais."

Texto extraído de: nebad uerj

Tirinhas selecionadas pela autora para desenvolvimento do estudo

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Conclusões da autora

"Retomando a concepção de Paulo Freire (1997) em que a educação é definida como um processo de conscientização que implica no desvelamento crítico das instâncias de dominação existentes na realidade e sua transformação rumo a uma sociedade sem opressores nem oprimidos, a educação tem sua perspectiva ampliada numa abordagem socioambiental, de maneira que o desvelamento crítico é estendido ao conjunto das instâncias de dominação e devastação, visando uma ordem socioambiental na qual os seres humanos se integrem uns com os outros e também com a natureza. Desta forma, a Educação Ambiental é apresentada como uma conscientização mútua, feita de reflexão e ação, buscando a construção desta ordem socioambiental sustentável de reconciliação planetária. (Velasco, 2002).
Partindo deste conceito, acredito que a Educação Ambiental depende de uma consciência crítica do indivíduo, onde este deve se perceber como sujeito ativo nas inter-relações com o meio ambiente. Seu papel principal é de sensibilização dos indivíduos para as questões ambientais de forma a suscitar reflexões na busca de relações equilibradas entre o meio ambiente e a sociedade. (Leão e Silva, 1999). Neste contexto, o presente estudo concluiu inicialmente, que os temas abordados pelos quadrinhos atingiram um percentual aparentemente pouco significativo em relação às questões ambientais (3,49%), entretanto, analisando pelo ponto de vista de que, o objetivo das tirinhas seja simplesmente a diversão, este percentual se torna significativo.
Após uma análise qualitativa dos quadrinhos levantados, este universo dobrou (6,98%), o que indica que mesmo não apresentando uma mensagem escrita (linguagem verbal) voltada diretamente às questões ambientais, o professor pode utilizar os quadrinhos como um instrumento para a prática de Educação Ambiental, explorando todas as suas características, como os desenhos e atitudes dos personagens; e ainda pode relacioná-los a diversos conteúdos no Ensino de Ciências de forma que a Educação Ambiental perpasse por todos eles, atendendo ao princípio da transversalidade. As histórias em quadrinhos são, portanto, um veículo de aprendizagem que não só é capaz de atingir um objetivo instrutivo (ensino direto), pela apresentação de diversos assuntos, como também conseguem principalmente preencher uma função educativa (ensino concomitante), por um desenvolvimento que produz processos mentais e de interesse pela leitura. (Moya In: Dos Santos 2003).
Como vimos embora as histórias em quadrinhos tenham grande importância para a Educação, como um instrumento lúdico motivador de aprendizagem, a princípio pouco se encontrou nas tirinhas de Maurício de Sousa temas relacionados às questões ambientais. A baixa incidência destes temas nas tirinhas analisadas, a princípio tende a limitar o seu uso na prática de Educação Ambiental. Neste sentido, quando as tiras trazem temas relativos à problemática ambiental, a abordagem feita pelo autor tem apenas um caráter conservacionista, o que restringe a Educação Ambiental à mera preservação do ambiente, ou seja, ao levantamento apenas de questões como “salve o verde”, “não corte árvores” através de campanhas de preservação da natureza, sem gerar muitas vezes as discussões necessárias para as mudanças de comportamento tão importantes para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, fraterna e ecologicamente equilibrada. Acredito que, embora limitado, o emprego das histórias em quadrinhos no processo de Educação Ambiental é um poderoso recurso para os educadores. Pois, como foi observado ao longo deste trabalho, várias são as possibilidades encontradas nos quadrinhos que podem ser aplicadas ao processo educativo, com o intuito de mediar conhecimentos, fomentar atitudes críticas, desenvolver aptidão artística, além de levantar discussão de ideias, criação de conceitos e sensibilização frente aos problemas ambientais presentes na sociedade, seja em estudantes ou em participantes de movimentos populares.
Conhecer o ambiente que nos cerca é um passo fundamental para a Educação Ambiental, desta maneira, é necessário que professores e alunos possam ver com novos olhos a realidade, criticar construtivamente as disfunções dos nossos sistemas e, sobre tudo, elaborar alternativas, modelos de pensamento e ação distintos, mas possíveis. As histórias em quadrinhos se apresentam como um recurso valioso para percepção da realidade, pois através do prazer da leitura, provocam reflexões relacionadas às questões ambientais atuais, onde os participantes deste processo podem discutir quais as formas possíveis para que alcancemos uma sociedade, justa, equilibrada e ecologicamente sustentável.
Neste contexto, podemos considerar que, as histórias em quadrinhos têm um potencial na sensibilização dos indivíduos frente às questões ambientais, possibilitando debates que fortaleçam as relações ecológicas sustentáveis e responsáveis. Nesta perspectiva, as possibilidades de utilização das histórias em quadrinhos como mediadoras de Educação Ambiental são expressivas, entretanto, dependem da observação e análise dos seus leitores, assim como dos educadores que se utilizem delas para suas práticas pedagógicas. Pois, como fora mencionado anteriormente, o verdadeiro sentido da Educação, seja ela Ambiental ou não, está em orientar um novo sentido de viver e atuar, valorizando, acima de tudo, a vida."

Monografia


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