BRUNO SILVA: Física Moderna Através de História em Quadrinhos

Ensino de Física Moderna Através de História em Quadrinhos

A presente postagem tem como objetivo    destacar a monografia apresentada por BRUNO HENRIQUE SILVA apresentado ao curso de Física Licenciatura da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial para conclusão do curso sob a orientação da Prof.a Dra. Mariana M. Odashima. Para BRUNO HENRIQUE SILVA, com a implantação da Física Moderna no Ensino Médio, a demanda por recursos didáticos que exploram este conteúdo será crescente. No entanto, trata-se de uma área ainda pouco explorada e pouco divulgada fora do meio acadêmico. Os materiais disponíveis sobre Física Moderna nem sempre estão em uma linguagem acessível aos estudantes, enquanto os livros didáticos de ensino médio que a contemplam trazem, em sua maioria, o conteúdo apenas ao final na edição do terceiro ano. Acrescenta-se a esses obstáculos a falta de hábito dos alunos de recorrer à leitura do livro didático. Com o intuito de criar um material que possa auxiliar nesta lacuna, despertando o interesse dos estudantes, elaboramos uma História em Quadrinhos (HQ) voltada a conceitos de Mecânica Quântica básica. Tal proposta foi pensada para uma abordagem mais lúdica dos fenômenos físicos, trazendo uma linguagem informal e um contexto juvenil. Ao final da HQ, apresentamos um glossário com alguns dos conceitos de Mecânica Quântica. A HQ foi apresentada a licenciandos, estudantes de Física, e professores do ensino básico para avaliação sobre sua utilidade e possível eficácia.
Texto extraído de: http://www.infis.ufu.br/infis_sys/pdf/Bruno%20Henrique%20Silva.pdf

Trecho da história em quadrinhos Aventura Quântica - disponível em https://www.4shared.com/office/Zdr7Q_6Hea/Doc1.html

História em Quadrinhos A Aventura QuânticaTrabalho de Conclusão de Curso 

A metodologia na educação é um dos grandes desafios do ensino escolar. Como filtrar, como escolher o que é mais interessante de ser abordado em sala de aula, como introduzir o tema, são questões centrais. A abordagem tradicional é a mais utilizada na sala de aula, onde o professor tem caráter agente, e o aluno, de ouvinte. Neste tipo de abordagem o aluno recebe instruções do professor e é subordinado a adquirir e imitar os modelos propostos, preocupando-se mais com a questão de quantidade de conceitos e menos com a parte de formação de pensamento reflexivo. Dessa maneira, verifica-se um problema na metodologia tradicional, pois ela visa uma atuação maior do professor e uma atuação passiva do aluno.O uso da metodologia tradicional no ensino de Física é fundamentado na apresentação de conceitos, leis e fórmulas, objetos aparentemente distantes do dia-a-dia dos estudantes. Sem uma contextualização adequada ao momento e sem uma reflexão e associação ao cotidiano, tangencia-se a Física a operações matemáticas. Segundo Paulo Freire (1987), há na escola uma visão “bancária” no qual os educandos são vistos como recipientes a serem enchidos com os “depósitos” de saber do educador - quanto mais cheios seus recipientes, maior será o saber adquirido. Tipicamente a física é ensinada de forma mecânica, através da repetição de exercícios e memorização. A metodologia tradicional e sua dominação “bancária” negligência o diálogo educador-educando. Ensinar Física não é uma tarefa fácil; faz parte deste processo a condução da descoberta do mundo natural e de suas propriedades, no qual um fenômeno físico é transposto e visualizado em forma de símbolo. Trata-se do despertar para a compreensão do que acontece à sua volta, desde o simples balançar de um objeto pendurado, até a noção de funcionamento de um sensor infravermelho. Mas, apresentar o potencial da Física a uma sala repleta, não é trivial. Os jovens estudantes atualmente estão ligados às redes sociais, ao mundo dos jogos e das séries de televisão. Nos cinemas há jovens ansiosos diante do lançamento de filmes baseados em séries de TV, jogos, livros ou revistas em quadrinhos. A proposta de levar esse entusiasmo e fascínio para a sala de aula é uma possibilidade alternativa à abordagem tradicional, que convida o aluno ao conteúdo proposto utilizando recursos gráficos. As revistas em quadrinhos são um material leve e acessível, com grande potencial incentivador. A sua estrutura programa um jogo de sobreposição de palavra e imagem, exigindo do leitor um trabalho de interpretação visual e verbal, tornando as HQs interessantes para serem trabalhadas em sala de aula. As figuras coloridas e os personagens chamativos provocam a curiosidade dos alunos, que se identificam com a personalidade do personagem e a situação ao qual ele está envolvido.As histórias em quadrinhos também são conhecidas como HQs, Quadrinhos ou Graphic Novels. Termo ao qual foi criado pelo quadrinista Will Eisner [1917-2005]. A utilização das HQs como ferramenta no ambiente escolar já foi reconhecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Trata-se de uma ótima forma de explorar o conteúdo, uma vez que as características linguísticas da História em Quadrinhos são um material mais lúdico e que na maioria das vezes é construído de forma humorística utilizando o conjunto formado pelas imagens e textos. É possível jogar com os personagens e com o leitor numa busca de um equilíbrio entre a arte e ludicidade, servindo também como uma forma eficiente de chamar a atenção do aluno que estava desmotivado com a matéria. A Física envolve vários mecanismos e fenômenos frequentemente incompreendidos pelos alunos dentro da sala de aula tradicional. A proposta apresentada pela Base Nacional Comum Curricular é de discutir analiticamente os dispositivos quânticos que existem nos equipamentos, como semicondutores e lasers. Utilizar desta proposta juntamente com as HQs será de grande valia para os professores, uma vez que a história será manipulada pelo professor em uma transposição didática do conteúdo para a maior adequação de seu público. No ano de 2016 foi realizada uma exposição sobre mecânica quântica na Universidade Federal de Uberlândia, na qual os alunos da Licenciatura em Física discursaram sobre este tema com uma linguagem mais voltada para um público leigo. Neste evento foi desenvolvida uma história em quadrinhos simples para explicar o efeito dual das partículas com o experimento de Young , a qual foi projetada com montagens de imagens manipuladas no computador, devido a razões de tempo. Desde então despertou-se o interesse de criar uma história em quadrinhos onde a arte fosse autêntica, onde fosse possível manipular todas as expressões e ações dos personagens. Este trabalho consistiu em criar uma História em Quadrinhos abordando alguns fenômenos da Física Moderna, com um personagem com poderes quânticos. As HQs já possuem um histórico vasto de personagens com superpoderes, dentre os quais nem todas as origens dos poderes são passíveis de serem explicadas. Neste projeto, tentamos apresentar de uma forma simples e informal alguns dos conceitos envolvidos em Mecânica Quântica para leigos. Buscar “quebrar a quarta parede” (uma fala em o personagem interage diretamente com o leitor) será um princípio muito utilizado nessa HQ, pois, quanto mais próximo o leitor se sentir do personagem, mais fácil será sua compreensão de seus poderes e sua capacidade. O objetivo desta HQ não se limita a entreter o leitor; ela pode ser usada como um material de apoio ao professor que estará discutindo a mecânica quântica, tanto ao longo da matéria, ou como material motivador. A HQ pode também ser um material instigador àquelas pessoas curiosas, que não cursam Física, onde leigos podem acompanhar o roteiro e tomar conhecimento sobre alguns conceitos de Física Quântica que fazem parte do dia-a-dia. Esperamos obter uma História em Quadrinhos com qualidade gráfica aceitável e atraente. Um exemplo recente de sucesso nessa direção é a história do Astronauta Magnetar. É importante que tenhamos a avaliação de nossos colegas licenciandos, bem como suas críticas construtivas para a melhora do material proposto, que seria de grande valor para todos.
Texto extraído de: http://www.infis.ufu.br/infis_sys/pdf/Bruno%20Henrique%20Silva.pdf

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