LETÍCIA LOPES: HISTÓRIA EM QUADRINHOS SOBRE MATÉRIA ESCURA

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ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS DE FICÇÃO CIENTÍFICA SOBRE MATÉRIA ESCURA E A ESTRUTURA DA CIÊNCIA: UMA PROPOSTA EXECUTADA NO PLANETÁRIO DA UNIPAMPA

Esta postagem versa apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por LETÍCIA PADULA LOPES ao Curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Física orientado por Guilherme Frederico Marranghello sob a coordenação de Rafael Kobata Kimura. Este é um Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Física da Unipampa e tem como objetivos elaborar e avaliar uma história em quadrinhos de ficção científica que tenha em sua narrativa a estrutura da ciência proposta por Lakatos que definiu os Programas de Pesquisa Científica e como a ciência evolui através das revoluções científicas. Na HQ foi tratado o tema matéria escura e foram confrontados dois programas de pesquisa distintos, um que considera a massa negativa e a energia escura descritas pelo modelo cosmológico ΛCDM e outro que considera fótons escuros com mono polos magnéticos que interagem eletromagneticamente através de um fluxo magnético escuro diferentemente dos fótons luminosos. Os alunos receberam a HQ no planetário e efetuaram a leitura da mesma antes de assistir a sessão de cúpula “O Fantasma do Universo” que trata da matéria escura e traz algumas alternativas de detecção utilizando aceleradores de partículas. Foram elaboradas perguntas de múltipla escolha baseadas no questionário VOTS, feito para avaliar concepções acerca dos conceitos que envolvem ciência e tecnologia. A partir do questionário foi feita uma análise quantitativa. Os alunos mostraram entendimento sobre o que é ciência e que ela está em constante mudança e evolução, porém não foi possível saber se eles foram motivados a pesquisar sobre temas de fronteira como a matéria escura.
Texto extraído de: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/bitstream/riu/4805/1/TCC%20Let%c3%adcia%20Lopes%202019.pdf
Trecho da história em Quadrinhos A matéria Imaginária - disponível em: https://www.4shared.com/office/iqxoMA3qea/Matria_escura_-_HQ.html
História em Quadrinhos A Matéria Imaginária desenvolvida por Leticia Lopes 


Trabalho de Conclusão de Curso de mestrado de Leticia Lopes

Este trabalho de conclusão de curso consiste na criação de uma história em quadrinhos, em estilo mangá, que se enquadre no gênero literário ficção científica e retrate a estrutura da ciência, utilizando a matéria escura como tema e a MPPC no desenrolar dos fatos. Essa história em quadrinhos será utilizada no Planetário da Unipampa para fins de divulgação científica. O problema de pesquisa que foi elaborado a partir do tema escolhido e que delimitará os objetivos desse projeto foi a seguinte pergunta: A história em quadrinhos de ficção científica que contextualiza a matéria escura em sua narrativa auxilia em uma melhor compreensão sobre a ciência? E qual será a compreensão sobre matéria escura que os alunos obterão a partir da dinâmica de divulgação? Dessa forma, o objetivo geral será produzir e avaliar uma HQ de FC sobre teorias envolvendo a matéria escura retratando a estrutura da ciência no desenrolar dos fatos apresentados e utilizá-la para divulgação científica no Planetário.A história em quadrinhos será destinada a alunos do ensino médio e, após entregar o material produzido a eles será necessário avaliar se a HQ foi capaz de auxiliar o público a compreender o tema matéria escura e se obtiveram uma compreensão da estrutura da ciência abordada. Será avaliado também se o material produzido motivou os alunos no interesse a temas científicos como a matéria escura e também se houve alguma distorção do entendimento do tema abordado devido à ficção utilizada no roteiro. Além disso, será avaliado se os alunos compreenderam a importância da construção de aparatos de detecção de partículas como o Colisor Linear Internacional (ILC) para o desenvolvimento da ciência. Ao abordar a estrutura da ciência o aluno terá a oportunidade de compreender, de forma exemplificada, como se desenvolve um programa de pesquisa e como ocorre uma revolução científica através da ambientação em ficção científica. Espera-se que seja possível passar ao público o entendimento de que o fazer científico é importante na sociedade em que vivemos e que ainda existem muitos temas em aberto, como a matéria escura e a energia escura. Assim, a matéria escura é um tema que está relacionado com as “leis de conservação e as formas de interação entre partículas e corpos”, mostrar que essas leis são válidas em diferentes escala traz a ideia de universalidade das teorias da Física, permitindo que sejam explorados fenômenos desde a escala atômica e subatômica até a escala cosmológica. Esse tipo de divulgação científica, assim como qualquer outra direcionada ao público faz parte da democratização do conhecimento. “Se o conjunto da população não compreende nada de ciência, ou se permanece muda de admiração diante das maravilhas que podem realizar os cientistas, ela será pouco capaz de participar dos debates relativos às decisões que lhes dizem respeito”. Os autores também dizem que, levando em consideração que as pesquisas no Brasil são custeadas pelos cofres públicos, é necessário uma divulgação que contribua para a validação social da ciência e ainda estimule o pensamento crítico, pois os avanços em ciência e tecnologia podem melhorar a vida humana, mas também podem ser prejudiciais ao meio ambiente. A divulgação da astronomia pode auxiliar na busca por respostas de questões da imaginação humana, além de proporcionar a compreensão de fenômenos, descobertas e pesquisas atuais, sendo assim, é importante difundir temas relacionados ao universo até mesmo para “desmistificar possíveis equívocos sobre os diferentes acontecimentos celestes e terrestres”. Ao utilizar a ficção científica na divulgação dos saberes é possível “ensinar corretamente sem abrir mão do que mais justifica o aprendizado, o encantamento, o prazer pelo saber”. E foi através desse encanto que, muitos cientistas foram influenciados por obras de FC e seus gêneros próximos na escolha de suas carreiras, segundo ele, o próprio Carl Sagan (1934-1996) é um exemplo disso. Nesse contexto será utilizada a estrutura da ciência, pois “uma aprendizagem da ciência acompanhada por uma aprendizagem sobre a ciência é item priorizado atualmente entre pesquisadores da área da educação científica”, além disso, a natureza da ciência no ensino tem-se justificado pela necessidade de manipulação e de entendimento da tecnologia, a compreensão de que a ciência depende da cultura e do contexto histórico, o deleite ao conhecimento, dentre outros motivos. A partir do trabalho de Bronowski, fazem uma comparação entre o cientista e o artista de obras de ficção científica, estes possuem algo em comum, eles usam a imaginação para criar novas situações e se divertem nesse processo. Nesse sentido, a leitura de uma história em quadrinhos de ficção científica possibilita ao aluno construir diferentes visões sobre a astronomia de forma didática colocando o leitor em uma postura ativa no desenrolar da narrativa. As HQs possuem uma natureza lúdica que proporciona uma leitura mais leve e fácil, comparada a um texto científico, pois no enredo são utilizados texto e imagem em sincronia expondo os fatos de forma única. Os autores também dizem, através das ideias de que, a presença das personagens provoca um processo de identificação nos leitores, o que é, o segredo do sucesso de obras midiáticas como as histórias em quadrinhos. Ao tratar de um tema de fronteira da ciência como a matéria escura na história em quadrinhos, espera-se que seja possível trazer aos alunos de Ensino Médio a ideia de que a ciência é uma construção que passou por mudanças de paradigma e ainda está sujeita a isso, no sentido em que, quando for detectada a matéria escura, poderá ocorrer uma revolução científica, um processo histórico que acontece quando um programa de pesquisa supera outro. Dessa forma, é possível trazer a reflexão ao aluno de que a ciência não é algo pronto que ele aprende em sala de aula e aceita como verdade, mas sim uma construção histórica sujeita a descobertas e estudos futuros. Essa abordagem também pode incentivar a curiosidade dos estudantes na procura por mídias de divulgação científica ou até mesmo possibilitar o interesse em se tornar um futuro cientista.
Texto extraído de: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/bitstream/riu/4805/1/TCC%20Let%c3%adcia%20Lopes%202019.pdf 

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