Paloma Lacerda: ELETROSTÁTICA VIA QUADRINHOS

 O LÚDICO NO ENSINO DE FÍSICA: ELETROSTÁTICA VIA QUADRINHOS

Aqui, a proposta é apresentar a dissertação de mestrado O LÚDICO NO ENSINO DE FÍSICA: ELETROSTÁTICA VIA QUADRINHOS de Paloma Cristina de Carvalho Lacerda apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências, da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Segundo Paloma Cristina de Carvalho Lacerda "Neste trabalho produzimos uma sequência didática que tem como objetivo ensinar conceitos de carga elétrica e eletrização via estratégias de ensino diversificadas, sendo a principal ferramenta didática, as Histórias em Quadrinhos (HQs). As HQs foram escolhidas por estarem presentes no cotidiano da maioria dos estudantes desde a infância. Além disso, os estudantes associam as HQs com uma atividade lúdica e prazerosa. As Histórias em Quadrinhos trazem muitas características positivas que podem ser utilizadas no ambiente escolar, pois, tradicionalmente, elas são um meio de comunicação de fácil acesso, familiar ao aluno e com um formato literário bastante universal. Como nos dias de hoje, os games, aplicativos na internet, vídeos e TV são muito utilizados e sedutores para os estudantes, resgatar o gosto pela leitura é algo extremamente desafiador. A sequência didática consiste de dez aulas de 50min. A primeira aula tem caráter exploratório com o objetivo de detectar subsunçores presentes na estrutura cognitiva dos estudantes sobre conceitos relativos à eletricidade e eletrostática. O fio norteador dessa aula foi um questionário. A segunda e terceira aulas tratam dos modelos atômicos e história do átomo por meio de vídeo, HQs e atividade consistindo da representação dos modelos atômicos pelos alunos utilizando massa de modelar sobre cartolina. Na quarta aula são apresentados os conceitos de carga elétrica e processos de eletrização por atrito, contato e indução utilizando-se slides e HQs. A quinta aula aborda os conceitos de conservação da carga nos processos de eletrização, além da atração e repulsão de corpos carregados. Nessa aula utiliza-se a simulação PhET Balões e Eletricidade Estática e um questionário/roteiro investigativo. A sexta aula é composta de experimentos de baixo custo sobre eletrização. Na sétima aula é utilizado o artigo “Por que o pólen adere à abelha? E por que ele salta para o estigma?”, que mostra que a polinização é feita via processo de eletrização. As últimas três aulas são referentes à oficina para confecção de HQs pelos estudantes. O referencial teórico desse trabalho é a aprendizagem significativa de Ausubel e a aprendizagem significativa crítica de Moreira, portanto, a sequência didática foi desenvolvida de tal maneira que uma aula servisse como organizador prévio da próxima. A pesquisa foi aplicada numa escola da rede pública estadual de ensino de Minas Gerais com alunos do 3º ano do Ensino Médio. Como indicadores de aprendizagem significativa nós avaliamos os resultados dos questionários e as falas das tirinhas (HQs) confeccionadas pelos próprios alunos sobre os temas: história da eletricidade, história do átomo, carga elétrica e processos de eletrização."

Texto extraído de: repositório ufop

Tiras selecionadas pela pesquisadora para desenvolvimento da pesquisa

Tira extraída de: repositório ufop

Tira extraída de: repositório ufop

Tira extraída de: repositório ufop

 

  Conclusões da autora:

"Um dos objetivos alcançados com esse trabalho foi a construção de uma sequência didática que abordasse o ensino de conceitos referentes à Eletrostática de maneira lúdica. A sequência didática construída é composta por 10 aulas, nas quais as aulas anteriores servem como organizadores prévios dos conceitos tratados nas aulas seguintes. Além disso, essas aulas empregam ferramentas de apoio lúdicas tais como as HQs, representações com massinha, experimentos, simulação e vídeos.
Durante as aulas a professora-pesquisadora procurou trazer os conceitos de física para mais perto do dia-a-dia do aluno, apresentando curiosidades, aplicações práticas e prazerosas sempre buscando tornar a sala de aula um espaço de convivência, respeito e troca de saberes.
A sequência didática foi aplicada em uma turma do 3º ano do Ensino Médio, de uma escola da Rede Estadual de Ensino na cidade de Rosário da Limeira em Minas Gerais.
Para a organização de grupos na sala de aula, as equipes foram escolhidas levando-se em consideração a intervenção direta do professor em alguns momentos ou as afinidades naturais entre os estudantes em outros momentos, sempre com a preocupação de se evitar situações de exclusão e discriminação.
Ao se analisar os trabalhos produzidos pelos alunos, seja na forma de modelagem com massinha, seja na produção das HQs vê-se indícios de aprendizagem significativa. Nas observações feitas ficou patente que vários alunos, utilizaram conceitos trabalhados em aulas anteriores, elaborando conexões para responder aos questionários e demais atividades propostas sobre os conceitos de Eletrostática.
O processo de transferência enunciado por Ausubel et al. (1980) como meio de comprovação da ocorrência da aprendizagem pôde ser verificado por meio das falas dos alunos durante momentos do ensino e também em situações-problema propostas em sala e solucionadas por eles. Como por exemplo, nos debates e discussões ocorridos nas aulas em que apresentamos os questionários e o artigo.
Na percepção da professora-pesquisadora, as aulas propostas exigiram do aluno que o mesmo estivesse sempre retomando conceitos gerais, já existentes em sua estrutura cognitiva, para ancorarem conteúdos específicos. Isto pôde ser identificado em várias situações nas aulas como, por exemplo, na aula em que os alunos confeccionaram seus próprios quadrinhos sobre conceitos referentes a processos de eletrização, influência das aulas de simulação e experimentos ou ainda, na aula em que eles fizeram a representação com massinha das principais geometrias propostas por pesquisadores para a estrutura do átomo ao longo da história. Cabe ainda dizer que pode ter havido um alcance da transferência que vai além dos espaços da sala de aula, e que não pôde ser observado pela pesquisadora devido às restrições inerentes do processo de pesquisa.
Por fim, é importante ressaltar que o produto não é para ser visto como pronto e totalmente acabado, mas, sim, um ponto de partida para que professores de física e de outras disciplinas possam utilizá-lo e adaptá-lo à realidade de suas próprias salas de aula."

Texto extraído de: repositório ufop

Dissertação

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